Enchente de 1996 em Jacarepaguá: Reflexões sobre o meio ambiente e preservação da Mata Atlântica

Entre os dias 12 e 13 de fevereiro de 1996, Jacarepaguá foi palco de uma das maiores tragédias naturais de sua história. Em apenas 24 horas, o índice pluviométrico chegou a 304mm, o maior registrado em 25 anos. O impacto dessa enchente foi devastador: 42 vidas perdidas, centenas de pessoas desabrigadas e uma cicatriz profunda na memória dos moradores da região.

Mas, embora a chuva intensa tenha sido o fator desencadeante, os efeitos desse desastre foram potencializados por ações humanas que, durante as décadas anteriores, transformaram profundamente o território de Jacarepaguá.

O crescimento desordenado e suas consequências

Nas décadas de 1980 e 1990, Jacarepaguá passou por um crescimento populacional vertiginoso. O número de habitantes quadruplicou em apenas uma década, saltando de 101 mil em 1980 para quase 430 mil em 1991. Esse crescimento foi acompanhado por um aumento na poluição atmosférica e pelo desmatamento da vegetação nativa. A construção desordenada, o aumento das áreas impermeáveis e as alterações no curso do Rio Grande contribuíram diretamente para o agravamento das enchentes.

Essa combinação de fatores criou uma tempestade perfeita, na qual a natureza, já fragilizada, não pôde suportar a carga imposta por um desenvolvimento sem planejamento. Os eventos de fevereiro de 1996 foram uma consequência direta desse desequilíbrio.

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