Angenor de Oliveira foi cantor, compositor, poeta e violinista brasileiro de origem humilde, nascido em 1908 no Catete, Bairro do Rio de Janeiro. Logo jovem, a família se mudou para o Morro da Mangueira, onde Angenor fez bicos de lavador de carros, pintor de paredes, e pedreiro. Foi lá que recebeu o apelido de Cartola pelo fato de sempre usar um chapéu de coco para não sujar os cabelos de cimento.
Foi expulso de casa aos 17 e experimentou a boemia do morro, ficou conhecido como cantor e compositor e pulava Carnaval junto a amigos do “Bloco dos Arengueiros”. Mesmo grupo que, mais tarde, fundaria a primeira Escola de Samba do Rio de Janeiro, a Mangueira. Cartola foi o diretor de harmonia da escola e também escolheu as cores verde e rosa.
Obteve sucesso a partir de 1929, trabalhou com artistas como Noel Rosa, Heitor Villa-Lobos e teve suas músicas gravadas por Carmen Miranda. No entanto, o cantor se afastou dos holofotes em consequência de sua doença e a morte da esposa, até dado como morto. Foi redescoberto em 1957, trabalhando como lavador de carros em Ipanema.
As décadas de 60 a 80 foram favoráveis para Cartola. Se apresentou em shows, junto a sua esposa da época – Dona Zica – abriu sua própria casa de Samba e restaurante, a Zicartola, que entrou para história do samba carioca e lançou seu primeiro disco solo contendo a famosa canção “As rosas não falam”.
Em 1980, três dias antes de sua morte foi homenageado por Carlos Drummond de Andrade. Cartola e dona Zica moravam na Rua Edgard Werneck, em Jacarepaguá, uma praça no local é nomeada após o músico.

Imagem: Domínio público / Acervo Arquivo Nacional